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Manter a Consciência da Nossa Finitude como um Caminho para a Plenitude

Consciência da Nossa Finitude, um Caminho para a Plenitude

Manter a Consciência da Nossa Finitude como um Caminho para a Plenitude

Que todos vamos morrer é algo que sabemos, de alguma forma. Vemos acontecer, ouvimos que é inevitável. Você nasce, vive e depois morre. No entanto, seguimos nossos dias fazendo planos, nos preocupando, comendo, dormindo (ou não), celebrando (ou não), aproveitando (ou não), como se fôssemos eternos, como se o tempo não fosse um fator essencial.

Não estou sugerindo que comecemos cada manhã meditando sobre nossa finitude como monges beneditinos. Mas em um mundo onde distrações são cuidadosamente projetadas para alimentar nossas inseguranças e medos, talvez—apenas talvez—uma consciência profunda e incorporada da nossa finitude possa ser o antídoto para tantas escolhas equivocadas.

Uma relação saudável com a nossa finitude pode nos levar a:

  • Abrir mão do que não nos serve mais.
  • Escolher nossas batalhas com mais sabedoria.
  • Aceitar o que não podemos mudar e abraçar quem somos como o suficiente.
  • Reunir coragem para transformar o que está ao nosso alcance.
  • Explorar nossos medos, preconceitos e ideias pré-concebidas.
  • Sair da solidão para um estado mais profundo de conexão com os outros.

A lista poderia continuar, mas, no fim das contas, reconhecer nossa mortalidade nos ajuda a tomar decisões mais alinhadas com quem realmente somos e com a vida que desejamos viver.

Sabedoria na Mortalidade

Oliver Burkeman explora a relação entre nossa mortalidade e o tempo, trazendo um senso de aceitação e uma nova perspectiva sobre a nossa humanidade. Seu trabalho nos ajuda a enxergar o quanto desperdiçamos tempo com trivialidades, não porque nos fazem felizes, mas porque evitamos encarar o que realmente importa.

Outra maneira de cultivar uma consciência gentil e compassiva sobre nossa finitude é através da preparação prática. Margareta Magnusson, no livro A Mágica da Arrumação Sueca para a Vida e a Morte, nos conduz de forma leve e com o olhar típico sueco para o fato de que não estaremos aqui para sempre. Ela nos lembra que, se não organizarmos nossas coisas, alguém terá que fazer isso—geralmente as pessoas que mais amamos e menos queremos sobrecarregar.

E há aqueles que voltam seu olhar para os momentos que antecedem a morte em si. Ana Claudia Quintana Arantes, em A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver, apresenta a morte como um tributo à vida—uma lente perfeita para colocar nossa existência em perspectiva. Seu livro nos lembra que abraçar a finitude não empobrece a vida, mas sim a enriquece.

Abraçando Todo o Espectro da Vida e da Morte

Uma forma de enxergar a vida é através da perspectiva das polaridades, percebendo que estamos sempre navegando entre elas. A polaridade mais fundamental que vivemos é entre a vida e a morte. Como tendemos a abraçar apenas um dos lados—o da vida—tentamos excluir o outro, reduzindo nossa experiência e adicionando um sofrimento desnecessário. Mas, na realidade, reconhecer a morte fortalece nossa conexão com a vida; aprofunda nossos relacionamentos, impulsiona nosso propósito e nos ajuda a valorizar os momentos que, muitas vezes, damos como garantidos.

Ao escrever sobre finitude e refletir sobre nossa mortalidade, busco acessar algo mais profundo—nossa humildade, nossa interconexão, nosso senso de irmandade, humanidade e pertencimento.

Como meu pai costumava dizer: "Tudo tem solução, menos a morte—e, ainda assim, a morte já é uma solução." Curiosamente, essa frase nunca me assustou, pelo contrário, sempre me trouxe conforto. Ela moldou minha visão sobre a finitude, me lembrando de que a ideia da morte, longe de ser um fim aterrorizante, pode ser uma fonte de paz e uma bússola para que enquanto vivos estejamos mais presentes e serenos.

Veronica Magariños
Veronica Magariños

Head of Hyper Island Habla Hispana I Third-Culture I Global Leadership Facilitator & Connector I Mother of Five, Builder of Teams

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